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As melhores atuações de 2015

Dez atuações que nos marcaram, no cinema e na TV

Quem chegou primeiro: o presépio do menino Jesus ou as listas de fim de ano? Difícil dizer, mas chegou aquele momento em que todo mundo dá aquela olhada pra trás e vê o que de melhor (e pior) aconteceu. Nos próximos dias, publicaremos uma série de listas sobre os filmes, séries, discos, músicas e livros que nos marcaram em 2015.

Já falamos das séries, músicas, discos e filmes de que mais gostamos no ano. Aqui listamos dez atuações de 2015 que nos marcaram, divididas em duas partes: cinco no cinema, cinco na televisão. Fora de ordem mesmo, já que não deu pra ver tudo e seria injusto fazer algum tipo de ranking (só de televisão foram mais de 400 séries em 2015, né). Olha lá:

CINEMA

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Julianne Moore – “Para Sempre Alice”
O filme, em si, não é nada de mais. Ok, é bonzinho, mas daqui um ano ninguém vai se lembrar muito dele. Mas Julianne Moore faz valer a pena. Sua Alice, uma professora de linguística que descobre ter Alzheimer aos 50 anos, é cheia de nuances. Forte e cheia de vida em alguns momentos, desolada com a consciência da doença em outros, às vezes totalmente perdida. Nomeie alguma emoção qualquer: está lá na performance dela.

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Matt Damon – “Perdido em Marte”
Matt Damon atua sozinho durante quase todo o filme e consegue fazer dele uma das experiências mais divertidas do ano. Ponto pra ele. Não é um papel feito sob medida pra prêmios — ele não é um psicopata, não usou uma prótese no rosto e não comeu fígado cru de bisão — e mesmo assim será uma injustiça se ele não estiver no Oscar. Matt Damon é bem engraçado, quem diria.

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Johnny Depp – “Aliança do Crime”
Johnny Depp é o anti-Matt Damon. Enquanto Damon é um cara comum, o garoto da casa ao lado, Depp se dá melhor fazendo tipos bizarros. Como o criminoso Whitey Bulger, Johnny Depp é a isca perfeita para prêmios. Transformação física? Ok. (Ele aparece quase careca, com lentes de contato e magérrimo.) Papel de louco? Ok. (No caso, é um assassino frio.) Só não comeu fígado cru de bisão — difícil superar Leonardo DiCaprio em “O Regresso”, que estreia em janeiro, nesse sentido. O filme é bem meia-boca, mas a atuação de Johnny Depp é marcante. Ele está esquisito e assustador na medida certa.

regina

Regina Casé – “Que Horas Ela Volta?”
Pelo menos uns 50% do sucesso de “Que Horas Ela Volta?” são responsabilidade de Regina Casé, que está puro carisma. Ela nos relembra de que é uma ótima atriz, que faz rir e emociona, e não só a estridente apresentadora do “Esquenta”.

idris

Idris Elba – “Beasts of No Nation”
Idris Elba tem sim charme e carisma para ser o próximo James Bond, ao contrário do que disse o autor Anthony Horowitz neste ano. A prova disso é que ele consegue colocar as duas características num personagem horrível, que recruta crianças africanas para lutar. Elba é ao mesmo tempo perigoso e sedutor e é o destaque de um filme que prometia mais do que cumpriu.

TELEVISÃO

Chapter Twenty-Two

Gina Rodriguez – “Jane the Virgin”
“Jane the Virgin” poderia ter dado muito errado caso as atuações não fossem tão boas. O tempo todo a série circula sobre a tênue linha entre o curiosamente divertido e o cafona, às vezes com um pé lá e o outro cá. Mas a performance de Gina Rodriguez é o tempo todo luminosa — vai, tudo bem usar um adjetivo cafona aqui, estamos falando de “Jane the Virgin”. Ela rivaliza com Claire Danes na categoria “melhor choro televisivo” (um elogio e tanto), é bem engraçada e faz com que Jane seja uma pessoa 100% boa sem ser chata ou sem graça. É o tipo de personagem de quem você gostaria de ser amigo e eleva a série de uma novelona engraçadinha para uma das melhores estreias do ano.

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Rami Malek – “Mr. Robot”
“Mr. Robot” apareceu em dez entre dez listas de melhores do ano. E “Mr. Robot” é Rami Malek. Com seus olhos esbugalhados e sua fala arrastada, Malek é protagonista e narrador da trama, e vai enredando o espectador numa trama muito doida e irresistível. Seu personagem, Elliot, é mais um hacker esquisito com pouco traquejo social, mas ele foge do clichê e é cheio de complexidade. Sua performance é tão impactante que é difícil imaginá-lo em outro papel.

aya

Aya Cash – “You’re the Worst”
Em seu segundo ano, a série fez uma aposta arriscada: falar a fundo sobre depressão sem deixar de ser uma comédia. Deu tudo certo por causa de Aya Cash, que escapou da caricatura e fez um dos melhores retratos televisivos de uma pessoa deprimida, em todas suas dimensões, alternando momentos de tristeza, raiva, apatia e alguns picos de alegria. Tudo isso sem perder o humor e a essência de sua personagem. Merecia uma indicação ao Globo de Ouro, mas… Quem sabe no Emmy ela não seja lembrada.

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Matthew Rhys – “The Americans”
“The Americans” é uma das raras séries que só melhora (pelo menos por enquanto, não vamos zicá-la). E seus protagonistas, Matthew Rhys e Keri Russell (que faz esquecer que um dia já foi Felicity), têm melhorado com ela. A dupla é muito boa, mas o destaque da temporada é Rhys, cujo personagem, o espião soviético Philip, se viu mais dividido e torturado do que nunca. Vale a pena seduzir uma adolescente para conseguir informações de seu pai? Como lidar com o fato de que seu país quer arrastar sua filha para a perigosa vida que ele leva? Ele deve ser leal à família ou à União Soviética? Rhys faz com que você sinta sua dor. “The Americans” já nasceu como uma boa série de ação, mas os atores a transformaram num dos melhores dramas da atuais.

shiri

Shiri Appleby – “UnREAL”
Rachel, a personagem de Shiri Appleby em “UnREAL”, é, para dizer o mínimo, uma pessoa difícil. Sumiu da vida do namorado sem dar notícias, é brigada com os pais, bebe demais, mora numa van e pirou frente às câmeras do reality show estilo “The Bachelor” no qual trabalhava. E é uma mestre na manipulação (sério, campeã em manipular os outros). Você sabe que ela vai destruir a vida alheia e a própria, e que não deveria torcer por ela, mas quando vê está esperando seu final feliz. É cedo pra dizer, mas Rachel pode ser o Don Draper ou Walter White (aqueles anti-heróis carismáticos) feminino que estava faltando na televisão.

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