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As melhores séries de 2015

Nossas preferidas do ano.

Quem chegou primeiro: o presépio do menino Jesus ou as listas de fim de ano? Difícil dizer, mas chegou aquele momento em que todo mundo dá aquela olhada pra trás e vê o que de melhor (e pior) aconteceu. Nos próximos dias, publicaremos uma série de listas sobre os filmes, séries, discos, músicas e livros que nos marcaram em 2015.

Como é uma lista, claro que há polêmicas. E há questões mais práticas também, como por exemplo, séries que não conseguimos ou não terminamos de ver a temporada desse ano. É o caso de Fargo e Leftovers, duas séries que eu vi alguns capítulos de suas novas temporadas e tô bem empolgado, mas como não terminei, é injusto colocar aqui, certo? Por essas e outras, não há um ranking enumerado – há apenas um monte de séries que gostamos muito neste ano que teima em não acabar. Chega mais:

Jessica Jones

https://www.youtube.com/watch?v=w9ATGrij5qI

Séries de super-heróis há várias: “The Flash”, “Arrow”, “Supergirl”, “Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.” e por aí vai. Mas “Jessica Jones” é diferente de todas elas. Com uma heroína sem codinome, uniforme, vontade de salvar o mundo ou mesmo poderes tão incríveis, “Jessica Jones” é mais um thriller psicológico. Jessica é uma personagem mais interessante que o Super-Homem, justamente porque é humana. Seu arqui-inimigo é um homem que controlou seus pensamentos e a estuprou e seu maior poder é justamente ter sobrevivido a isso e encarar seus traumas de frente. Tensa, é uma série perfeita para o modelo Netflix: é quase impossível sentar na frente da televisão e assistir a um episódio só. [Fernanda Reis]

UnREAL

Com tantos reality shows por aí, é surpreendente que só agora tenham feito uma série sobre seus bastidores. “UnREAL” fez valer a espera. Ambientada num reality estilo “The Bachelor”, com um grupo de mulheres disputando um solteiro rico, a série mostra como esses programas têm bem pouco de real — colocando uma lente de aumento neles, nem todo reality tem crimes no meio. A protagonista, Rachel, é uma produtora com poucos escrúpulos e uma enorme capacidade de manipular os outros. É um drama super pop, com um pouco de novela e um tanto de suspense. Uma das séries mais originais do ano, com personagens femininas tão ou mais complexas que Don Draper ou Walter White. [FR]

The Jinx: The Life and Deaths of Robert Durst

O retorno do entretenimento true crime aconteceu em grande parte por causa do sucesso estrondoso do podcast “Serial”, mas o seriado “The Jinx”, da HBO, ajudou a catapultar de vez o movimento. A premissa já é incrível: o diretor Andrew Jarecki fez um filme de ficção sobre os mistérios de Robert Durst, um excêntrico milionário de Nova York acusado de matar a esposa. Certo dia, o próprio Durst liga para ele dizendo “ei, legal o filme, mas a história é muito mais complexa que isso”. E é mesmo. Sentados frente a frente em seis episódios, Jarecki confronta Durst e recria toda a narrativa de uma das histórias mais malucas possíveis. Tudo feito de uma forma primorosa e extremamente cativante. [Leo Martins]

You’re the Worst

Desde o começo, no ano passado, “You’re the Worst” era uma comédia romântica esquisita. Não houve enrolação para saber se os protagonistas Gretchen e Jimmy iriam ou não ficar juntos: nos primeiros dez minutos eles já estão na cama. O legal é ver como essas duas pessoas tão egocêntricas e avessas a relacionamentos conseguiriam ficar juntas. A primeira temporada já tinha um humor meio negro, mas a segunda foi além e conseguiu fazer graça mesmo tendo como trama central a depressão de Gretchen. A doença não foi apresentada em um episódio e deixada de lado nem foi tratada levianamente. Foi uma decisão arriscada falar sobre depressão numa comédia e logo na segunda temporada, mas valeu a pena. Neste ano “You’re the Worst” não só continuou fazendo rir como também emocionou. [FR]

Mad Men

https://www.youtube.com/watch?v=3JUqwwjgLAY

Começar uma série bem é fácil, difícil é saber quando e como parar. “Mad Men” conseguiu. A parte final de sua última temporada não teve grandes acontecimentos (pra falar a verdade, a série toda é assim), mas dedicou um tempo para dar um final decente a cada personagem e amarrar todas as pontas soltas. O último capítulo foi especialmente bom, concluindo de um jeito simples e bonito o arco de Don Draper e as três mulheres de sua vida: Peggy, Betty e Sally. Não à toa Jon Hamm finalmente quebrou a maldição Leonardo DiCaprio e ganhou o Emmy que tinha perdido seis vezes antes. [FR]

The Americans

“The Americans” sempre foi uma série boa sem o devido reconhecimento que merece pelas principais premiações de televisão. Mas essa temporada foi particularmente boa, colocando mais drama familiar na trama de suspense político. A filha do casal principal, Paige, começa a se incomodar com a vida misteriosa que os pais levam e pela primeira vez eles se perguntam: será que eles devem contar aos filhos nascidos e criados nos Estados Unidos que são da KGB? Keri Russell consegue deixar a imagem de Felicity para trás, a trilha sonora é maravilhosa e a trama toda foi eletrizante. O último episódio da temporada terminou de um jeito tão inesperado que a espera para o quarto ano não está sendo fácil. [FR]

Master of None

https://www.youtube.com/watch?v=ROATnkhOPfk

Uma boa surpresa que estreou sem muito alarde no Netflix já perto do fim do ano. Quase como uma antologia, com episódios desconectados uns dos outros, a série tem a mesma pegada “retrato da vida das pessoas de 20 e tantos/30 e poucos anos hoje” que “Girls”, por exemplo, mas é mais original nos seus temas. Fala do racismo na televisão e no cinema, de feminismo, de diferenças geracionais, de imigração, tudo com humor e delicadeza. [FR]

Demolidor

A essa altura da lista já dá para dizer que foi um bom ano para o Netflix. Mas, além disso, foi um bom ano para a Marvel na televisão: se o segundo filmes dos Vingadores não foi tão impactante, o núcleo dos quadrinhos de Nova York teve vida boa nas séries. Além de “Jessica Jones”, a ambientação de “Demolidor” em Hell’s Kitchen foi ótima: em uma temporada, foi possível mostrar a história de Matt Murdock, sua relação complicada com seu bairro e a ideia de combater o crime, sua proximidade com a religião e seus amigos, e um Rei do Crime de respeito como vilão. [LM]

Mr. Robot

Sam Esmail, criador da série, buscou inspiração no noticiário para a primeira temporada de “Mr. Robot”. Deu certo. Apesar de ter alguns pontos baixos lá pelo meio, a série é bastante atual e crítica ao capitalismo, mostrando como a tecnologia pode ser usada para lutar contra a desigualdade social. Rami Malek, o protagonista Elliot, é especialmente bom no retrato de um hacker fora do clichê do gênio de óculos que digita números freneticamente em uma tela enquanto fala coisas que ninguém entende. É também uma série linda de ver, com seus enquadramentos inusitados e um retrato de uma Nova York longe do glamour. [FR]

Wet Hot American Summer

https://www.youtube.com/watch?v=j2Z4ew6x99w

Com um humor hiper nonsense, “Wet Hot American Summer” não é pra todo o mundo. O filme que deu origem à série, com atores perto dos 30 anos interpretando adolescentes num acampamento, já é assim: latas de vegetais conversam, cozinheiros têm taras por objetos, e nenhum (nem um!) ator se leva a sério. A série leva tudo isso ao extremo: agora na faixa dos 40 anos, os atores (como Bradley Cooper, Paul Rudd, Amy Poehler e Elizabeth Banks, consideravelmente mais famosos) interpretam os mesmos personagens ainda mais novos, no primeiro dia do acampamento. Nada faz sentido, mas é tudo incrivelmente engraçado. Mais engraçado até que o filme, que inaugurou todo um tipo de humor. Will Ferrell deve muito a “Wet Hot American Summer”. [FR]

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