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Herói contra herói

O melhor e o pior dos filmes de heróis de 2016 (até agora)

Ainda estamos em agosto e quatro filmes com um monte de super-heróis lutando juntos (ou uns contra os outros) já deram o ar da graça nas salas de cinema. A série começou com “Capitão América: Guerra Civil”, que colocou dois grandes grupos de heróis em lados opostos: um lado a favor do controle de suas atividades pelos governos e outro contra. Depois, veio o “Batman vs Superman”, que começa como um embate entre os heróis (como o título já diz) para depois uni-los, ao lado da Mulher Maravilha, contra uma ameaça comum.

Pouco tempo depois, foi a vez de “X-Men – Apocalipse”. Bem, filmes dos X-Men sempre têm mais de um super-herói, né. Então nesse também tem briga: de um lado, os discípulos do professor Xavier e, do outro, o todo poderoso Apocalipse e seus quatro capangas, entre eles Magneto e Tempestade. Por último, estreou o aguardado “Esquadrão Suicida”, que variou um pouco o padrão ao transformar em heróis uma equipe de vilões.

E se botássemos todos esses filmes de heróis contra heróis uns contra os outros? Quem sairia ganhando e quem sairia perdendo? Bem, depende do critério…

(Este texto tem spoilers dos quatro filmes.)

Cara Delevingne, a Magia
Cara Delevingne, a Magia

Pior vilão: Magia (“Esquadrão Suicida”)

Lex Luthor pode ter tido um plano absurdo, mas pelo menos ele parou para fazer um plano — Apocalipse, de “X-Men”, e Magia, de “Esquadrão Suicida”, queriam apenas dominar o mundo, assim genericamente mesmo. Mas entre os dois a disputa é acirrada. Apocalipse parece um inimigo dos Power Rangers e tem péssima noção de prioridades: gastou um tempão melhorando o visual de seus quatro capangas e perseguindo o professor Xavier quando poderia ter pensado num plano melhor. Magia passa boa parte do filme rebolando num cenário apocalíptico, falando com uma voz de monstro e criando um portal no céu para destruir o mundo de alguma forma. Chato e clichê. Apocalipse tem um pouquinho mais o que fazer em seu filme e, por isso, é levemente melhor que Magia.

Melhor cena de luta: batalha do aeroporto (“Capitão América”)

Uma boa batalha é bem mais que muitos socos e bons efeitos especiais. Precisa de um propósito, de consequências, de emoção, de variedade, de cada um dando seu melhor. A batalha entre os times do Homem de Ferro e do Capitão América em “Guerra Civil” teve tudo isso. E mais: com humor, cortesia do Homem Formiga e do Homem-Aranha. O ponto alto de um filme muito bom.

Melhor novo personagem: Homem-Aranha (“Capitão América”)

Mais um ano que chega, mais um Homem-Aranha no cinema. Depois de Tobey Maguire e Andrew Garfield era compreensível que a nova encarnação do herói fosse encarada com ceticismo ou preguiça. Mas nos poucos minutos que fica em cena Tom Holland diverte mais que “Batman vs Superman”, “Esquadrão Suicida” e “X-Men” juntos.

Gal Gadot, a nova Mulher Maravilha
Gal Gadot, a nova Mulher Maravilha

Maior esperança feminina: Mulher Maravilha (“Batman vs Superman”)

“Capitão América” não só não introduziu nenhuma boa heroína como continua não dando a atenção que a Viúva Negra merece — a personagem de Scarlett Johansson não tem muito o que fazer no filme. Arlequina, apesar de ser uma das presenças mais marcantes de “Esquadrão Suicida”, tem um relacionamento abusivo com o Coringa (fato que o filme não discute) e ainda tem o tempo todo uma câmera grudada em sua bunda. Jean Grey parecia promissora, mas é completamente esquecível. Quem tem mais potencial para se tornar uma boa personagem em outros filmes é a Mulher Maravilha de Gal Gadot. Sim, ela aparece pouco (e aparece fazendo coisas triviais como sacar dinheiro). Mas mesmo assim foi um dos pontos altos do filme — e o trailer de seu longa solo dá margem para otimismo.

Plano mais absurdo: Lex Luthor (“Batman vs Superman”)/Amanda Waller (“Esquadrão Suicida”)

Empate técnico. O plano de Amanda Waller, de “Esquadrão Suicida” é pura burrice. Formar um time de vilões presos por super-heróis como Batman e Flash não faz sentido por vários motivos. Não havia ameaça e, caso houvesse, os tais heróis como o Batman poderiam ajudar. Na hora do vamos ver o Batman e o Flash seriam bem mais úteis que o Capitão Bumerangue, cujo poder, pelo que o filme mostra, é jogar um bumerangue com precisão. Todo o problema do filme, aliás, só acontece porque Waller resolveu se manter onde não devia. Já o plano de Lex Luthor requer que tantas etapas deem certo para que seu objetivo seja atingido que é absurdo pensar que poderia dar certo. E seu plano envolve colocar urina num pote. Sem pé nem cabeça e nojento. Empate.

Deu pra reconhecer? É Oscar Isaac em "X-Men"
Deu pra reconhecer? É Oscar Isaac em “X-Men”

Maior desperdício de ator: Oscar Isaac (“X-Men”)

Oscar Isaac é um bom ator faz tempo, mas está tendo um ótimo ano pós-lançamento de “Star Wars”: a internet está toda apaixonada por ele. Escalá-lo como vilão de “X-Men” parecia uma escolha perfeita. Mas não só esconderam o ator sobre camadas e camadas de maquiagem e próteses que o deixaram com uma aparência tosca, como lhe deram o pior vilão possível (é o que parecia antes de “Esquadrão Suicida”, pelo menos). Poderia ser qualquer um no seu lugar, não faria diferença.

Resolução de conflito mais tonta: Momento Martha (“Batman vs Superman”)

Virou piada. Depois de passarem um tempão brigando por um motivo absurdo (Superman não gosta do Batman porque ele é um justiceiro que não respeita leis e Batman acha que o Superman pode fazer muito mal às pessoas caso queira — como se as duas coisas não valessem para os dois), eles ficam amigos ao descobrirem que suas mães têm o mesmo nome: Martha. Beleza então.

Maior surpresa: Ben Affleck (“Batman vs Superman”)

Ben Affleck pode ter ficado triste com o resultado do filme no qual apostava tanto, mas tem um motivo para se alegrar: sua interpretação do Batman era um dos elementos menos ruins num filme ruim.

O amor
O amor

Maior “bromance”: Bucky e Steve (“Capitão América”)

Se o último “X-Men” fosse um filme melhor, Magneto e professor Xavier poderiam ser bons concorrentes para Bucky e Steve, de “Capitão América”. Mas infelizmente eles mal interagem e a química entre James McAvoy e Michael Fassbender é desperdiçada. Por outro lado, a maior sintonia em “Capitão América” é entre os dois amigos (esqueça o romance entre Steve e Sharon). O filme todo é uma ode à relação dos dois e mostra o quanto o Capitão América está disposto a sacrificar pelo amigo.

Personagem menos explorado: Anjo e Psylocke (“X-Men”)

A lista de concorrentes é grande. Por “Esquadrão Suicida”, Capitão Bumerangue e Crocodilo são fortes oponentes. Cada um tem meia dúzia de falas e nenhuma motivação. Bumerangue é tão inconsistente que em uma cena abandona o grupo e na seguinte está com eles sem explicar por que mudou de ideia. O Crocodilo praticamente entra mudo e sai calado, mas tem uma piada ali no meio, pelo menos. Sabemos também que eles são criminosos, que Crocodilo gosta de TV e que Bumerangue gosta de unicórnios de pelúcia. De Anjo e Psylocke, de “X-Men”, não sabemos nada. Quem são? O que querem? Onde vivem? Puro mistério.

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